segunda-feira, 21 de setembro de 2009

baixo ventre

tinha 23 anos mas parecia menos. conhecia eduardo fazia quase 1 ano. foram ficando, ficando. ao contrário dos outros namorados, com edu acontecia algo novo e misterioso. inexplicável. o tempo a ajudava a gostar mais. a intimidade crescente tornava a relação, a cada dia, mais excitante. sem perceber, moravam juntos. sem perceber, mudaram o eixo da relação. sem perceberam, passaram a se chamar diferente - ela, a mulher, ele, o marido.

os anos foram passando, sem que o casal contasse. não contaram as crises de grana, nem tão pouco as crises de amor. os filhos vieram em três. escadinha. eles se dividiam na educação, nos cuidados, no tempo. distribuíam o amor de forma quase igual, entre os três. mas também sem se dar conta, não trocaram esse amor mais entre eles.

mais alguns anos e estava ela, se sentindo só. um vazio grande, um aperto inesperado. achava que aquele brilho, aquele frio no ventre e aquela súbita boca seca seriam sensações não mais vividas.

numa manhã, acordou novamente só.
não se conformou.

hoje ela vaga por aí e parece que o brilho voltou. a boca seca às vezes. falta só o ventre. mas o frio vai chegar na nova estação.

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