sexta-feira, 24 de julho de 2009

em cascatas

Ela olhou cada pedacinho da casa. Viu o painel de fotos na parede, os livros, motivo que a enche de orgulho: leu cada um daqueles ali. Não são apenas livros de prateleira. Livros largados na estante. São histórias que foram manuseadas, vividas pela sua imaginação pulsante.

Jogou a mochila sobre a cama, abriu o armário. "só uma mochila..." pensou - "sou minimalista até nos mínimos momentos". Guardou suas roupas. Coisa bem básica. Assim como ela.

Mais difícil que as coisas foi o cachorro. Olhava com olhos de perda. Foi aí que liberou o choro, em cascatas, de uma vez só. Ali, abraçada ao cachorro, no jardim com a grama por cortar, os arbustos por podar, numa manhã fria de inverna que ela disse adeus.

Não fechou o portão.

Mas se foi.

As pegadas, mesmo passados alguns dias, ainda estão lá.

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