sexta-feira, 3 de abril de 2009

a indignação com a nova lei ambiental e o porquê em fazer documentários

Hoje estou de ovo virado. Deveria estar feliz, estou sendo meio que injusto...Há anos desejava fazer o que faço agora. Poderia ter continuado na carreira de publicidade, com os bolsos cheios...vendendo shampoos e refrigerantes. Não quis. Poderia ter aceitado, ainda menina, a proposta de ser "global", ter alisado e cortado os longos cabelos e afogar meu "espivitamento" num padrão do dizer e do ser imposto pela emissora. Não topei. Podia ter comprado imóveis e feito "business" trabalhando em campanhas políticas, como muitos colegas. Disse não. E o que sempre sonhei, pesquisei, li, não "de repente", mas depois de muita insistência e chifradas...deu-se. Hoje eu faço meus docs sobre 2 questões que me encantam : o meio ambiente e as pessoas. É muito gratificante. Mas escuto de muitos aquela coisa; " puxa, q inveja...puxa, queria viajar assim como você, conhecer tantos lugares..." Mas percorrer esse caminho não é assim de uma hora pra outra. è preciso, minimamente, desapego. é preciso também acreditar muito naquilo que se persegue, no que se faz. é preciso abrir mão do conforto, aguentar a ausência da família, receber críticas familiares pesadas...é preciso um monte de coisa até pra se justificar, de cara limpa, q a gente rala, rala, rala...e que o retorno financeiro não é essas coisas...mas eu não mudo de jeito nenhum, por dinheiro nenhum no mundo...
Mas estou muito indignada!
Toda essa introdução é pra dizer que, o lugar onde eu escolhi viver, que eu conheço cada vez melhor, e de onde falo pros amigos, pras pessoas que amo, com todo o carinho e afeição...sim, essa bela e querida terra catarina está ameaçada seriamente!
Acabo de filmar meu quarto documentário ambiental filmado no estado. A cada ano, a situação de pressão aumenta. E agora, ela é sacramentada pelo próprio estado! A aprovação da nova Lei Ambiental (ambiental, onde???) é um ABSURDO!!! Um estado com um nível de educação formal alto, se compararmos ao restante do país, jamais poderia concordar com tamanho equívoco. É uma falta total de consciência ambiental. O que é chocante é que toda a tragédia vivida pelo povo catarinense com as últimas enchentes parece que não foi suficiente para provocar a reflexão...
REDUZIR DE 30 PARA 5 METROS a faixa mínima de mata ciliar a ser preservada nas margens dos rios é INACEITÁVEL! Da mesma forma é inaceitável transformar quase 10% do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, Área de Proteção Ambiental, o mais permissivo entre as possíveis variedades de unidades de conservação definidas pela legislação federal.
Absurda é a justificativa de que essas áreas protegidas impedem o desenvolvimento da agricultura! Mais uma vez estamos voltamos a época da Lei de Terras...beneficiamos os grandes...Pois os pequenos, por lei, não estão impedidos de plantar até mesmo em áreas de preservação. Papo furado! Desinformação...massa de manobra. E quem perde? Todos nós. A Floresta se vai...os 5% de mata primária que restaram..todos os bichos que tem nas matas sua morada.
E o próximo crime: as PCHs...